segunda-feira, 30 de setembro de 2013

"ESPREITANDO À JANELA"

Encontrei o mote, espreitando à janela!
Por onde andará ela, essa tal de pura sorte.
Com enorme decote, vestia blusa amarela
Ao corpo aconchegada, nos cabelos laçarote
Linda medalha dourada, tinha no peito dela.
Já não sei como fazer, não encontro explicação
A vida é a coisa mais bela, com ela quero viver
 Dela jamais desejarei a separação.
O azeite está dentro do pote
Para temperar a açorda
 Por mais que pense na cousa
Não encontro essa tal de pura sorte!
(Eduardo Maria Nunes)

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

"CORAÇÃO MAGOADO"

Magoaram o meu coração!
Permanecem no pensamento
Causaram dor e sofrimento
À minha infância perturbação.

Inocente sem maldade
Na mentira acreditei
Contra a minha vontade
Onde não queria ficar fiquei...

Chorei, não sabia onde estava
Mas,tinha a convicção que existia
Porque era criança não entendia
 A separação de quem muito amava.

Também não me foi explicado
Sem esperança, sem alegria,
Sem afeto, me sentia abandonado
Por que estava onde não queria!
(Eduardo Maria Nunes)

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

"O LIBERTADOR, A FLOR E O JARDINEIRO"

Fui ao jardim libertar!
A flor, do cativeiro
Deveras furioso a gritar
  Apareceu o jardineiro
Não querendo dialogar...
Eu, disse cala a boca falador
A flor estás a incomodar
Baixa a "bolinha" por favor
Porque a flor estás incomodar...
Sai da sombra jardineiro impostor
Vai  para o sol bronzear a tua crista 
 Porque és Jardineiro trepador
Te alimentas com alpista...
Mais ainda ele se exaltou
Fui embora com a flor na mão
Ele muito furioso lá ficou
A bater com os pés no chão!
(Eduardo Maria Nunes)

sábado, 21 de setembro de 2013

"AS AVENTURAS DO SALTA-POCINHAS"

O salta-pocinhas tropeçou!
Perdeu, dos pés, as alpercatas
Unha do pé, dedo grande encalhou
Deu um trambolhão do caraças.

Queria saltar o rio para o outro lado
Sem preparação física não conseguiu
Então, resolveu mergulhar no lago
Mas, foi na  lagoa que emergiu.

Abraçado a uma rã!
A navegar, o salta-pocinhas
Quando acordou de manhã
Ouviu cacarejar as galinhas.

Pensava que sabia tudo
Andava por todo o lado
A correr para o futuro
Na picada ficou atolado.

Passou um mau pecado
Dos pés até à cabeça
Estava todo enlameado
A chamar pela rabeta.

Estava por ela apaixonado
Sentia falta do seu carinho
Salta-pocinhas pobre coitado
Detido no lamaçal sozinho!
( Eduardo Maria Nunes)

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

"PRETÉRITO PERFEITO"

Sentado do cimo dum penedo!
Sem ter com quem falar
A conjugar o pretérito perfeito
No presente do verbo amar.

Tendo sido interrompido
pelo zumbido das asas dum besouro
A voar, fazendo tamanho alarido
Por não ter encontrado o tesouro.

  De repente um estalido
De nada assustador
Quebrado o silêncio
Era lá do sítio
O Prudêncio lavrador.

Era tanta a trabalheira
A lavrar a terra para semear o trigo
Na raiz de uma azinheira
Do arado partiu o bico.

No jardim uma flor
Uma rosa na roseira
A conjugar o verbo do amor
No presente para a vida inteira!
(Eduardo Maria Nunes)
Sônia Amorim diz:
Acordei hoje, com grande alegria,
pensei num amigo bem distante,
que só me traz versos e fantasias,
o meu mundinho cinza ele transformou
em cores com sua magia,
fez um sorriso nos meus lábios brotar,
por pura companhia...como é bom ser lembrada,
 com tanto carinho e poesia,
http://escritorauniversoparalelo.blogspot.pt/

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

"A SOMBRA"

Fui à pesca, não pesquei!...
À sombra de uma árvore adormeci
Por causa do calor acordei
Estava só,  a sombra já a não vi.

Sem de mim se despedir
A sombra se foi embora
Já sem vontade de dormir
A pensar, onde estará ela agora.

Voltei aquele lugar
Para ver se a encontrava
Parado fiquei a olhar
A árvore, já lá não estava.

Terá sido imaginação
Ou sonhar com a tainha
Simplesmente confusão
Porque a sombra era a minha!
(Eduardo Maria Nunes)

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

"REFLEXO"

Tanto calor sentindo!
Reflexo intermitente
Corpo desejos oprimindo
Inspirando constantemente
loucamente, prazer sentindo
Desejada explosão iminente.

Desejos satisfeitos permanecer
Corpo, deitado na cama despido
Temperatura elevada abrandecer
Ponto de ebulição concluído...

Beijos enlouquecidos de paixão
Abraços carregados de ternura
 Transmitindo ao corpo vibração
Choque de verdadeira loucura.

Quem amas não esqueces
Olhar os lindos olhos teus
Quem me dera tivesses
Feliz nos braços meus!
(Eduardo Maria Nunes)

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

"SETEMBRO"

Dia treze, sexta-feira!
Dois mil e treze, Setembro
Sem sofrimento vida perfeita
De cabelos brancos ao vento.

A imaginar, estava eu,
A noiva pelo noivo esperar
Na realidade aconteceu 
Vestida de branco no altar.

Em lua de mel partiram
De charrete sem capota
Dos amigos se despediram
Aos beijinhos sem chacota.

Por lá, ainda, andarão
Felizes aos beijinhos
Com amor no coração
Um ao outro garradinhos!
(Eduardo Maria Nunes)

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

"GRATIFICANTE"

Eia, pois, ó amor amigo!..
Nosso destino seguiremos
Para onde fores irei contigo
De mãos dadas  caminharemos.

Eu e tu,  na nossa mocidade
Padecemos igual dor;
Alcançamos a felicidade
Juntos continuaremos, amor!

Leva-me, ó amor contigo
Preso aos braços teus
Aqui ser amor, Deus nos fez
Diz-me com desejos outra vez
Por favor, beija os lábios meus.

Das mais preciosas valias,
Gratificante, presente de Deus
Faz partes das minhas alegrias
poder beijar os lábios teus!
(Eduardo Maria Nunes)

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

"ASSIM COMEÇAVA O NOVO DIA"

A imaginação acordou!
Disse, bom  dia magia
O caracol à janela espreitou
Uma fera sem pressa corria
Em cima de uma pedra
Um figo da figueira caia
Coitado, todo se esborraçou...
O galo cantava no poleiro
A pastar no campo, a vaca mugia
Grunhia o porco no lameiro
Assim começava novo dia...
O pastor encostado ao cajado
O cão volta a meia latia
As ovelhas pastavam no prado
Sem nuvens no céu se via
  Na lezíria o sol brilhante...
O passarinho lá no monte
Água fresca na fonte bebia
Na cidade a poluição
Torna vida doentia...
Reclama a população
Já antes ninguém a ouvia...
Suavemente, soprava o vento
Nas folhas das árvores zumbia
Ao passar o avião barulhento
Um bando de pardais se assustou.
Com medo fugia a raposa
Com azeite e um dente de alho
O camponês, comia a açorda
Antes de ir para o trabalho!
(Eduardo Maria Nunes)

sábado, 7 de setembro de 2013

"NADA DISTO INVENTEI"

Da cama me levantei!..
Nela não me fui sentar
Na bacia a cara lavei
Fui para o campo trabalhar!

Na terra molhada encontrei
O que não imaginava
Quando à noite para casa voltei
Tudo no seu lugar, ainda, estava!

No campo...vida sadia
À chuva, ao frio e ao calor
 Trabalho árduo, todo o dia
Saúde e paz ausenta a dor!

Com amor se trabalha a terra
Homens sem abrigo e sem sorte
Sem poder fugir da morte
Contrariado fui para a guerra!

As mágoas não se esquecem
Porque ainda as não afastei
São coisas que acontecem
Nada disto inventei!

Porque gosto das coisas belas
Numa noite bem dormida
Porque me acompanham elas
Para o resto da minha vida!
(Eduardo Maria Nunes)

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

"VEREDA DO DESTINO"

(Imagem Google)

Pela vereda do destino
Que antes tinha imaginado
Ouvi o toque de um violino
Ao lado corria água no regato.

O sol lá muito longe brilhava
Afastado de uma nuvem passageira
No céu, uma pomba branca voava
Levava no bico um raminho de oliveira.

Continuou a voar
para onde, não fiquei sabendo
Continuei pela vereda a caminhar
Suavemente, soprava o vento.

No meio do arvoredo ouvi cantar
Nas folhas, o zumbido do vento 
No regato as rãs a coaxar
A beber água estava um jumento.

No meio do rochedo
Junto a uma esteva florida
De ser pisada estava com medo
Uma folha no chão caída!
(Eduardo Maria Nunes)

terça-feira, 3 de setembro de 2013

"PROMETI VOLTAR, AQUI ESTOU"

Fui passar uns dias ao Alentejo
A preguiça tomou conta de mim
Porque ser preguiçoso não quero
Estou de regresso ao meu jardim!

Não as posso deixar inseguras
São tão lindas de várias cores
Antes que elas fiquem murchas
Vou regar as minhas flores!

Sempre as quero ver floridas
Voltei para de todas tratar
São de todas as mais queridas
 Nunca as irei abandonar!
(Eduardo Maria Nunes)