terça-feira, 6 de março de 2012

FLOR SOLITÁRIA

Onde foi que eu andei?
Em algum jardim me escondi,
ouvi grito e gemidos na noite,
andei e andei debaixo de açoites.

Onde foi que andei?
Na ânsia das descobertas,
procurando por portas abertas,
precisei pular janelas,
descalça andei.

Nos dias ensolarados,
vi a beleza dos jardins,
desejei tantas flores,
algumas colhi.

Teve aquelas que não pude tocar,
seus espinhos chegaram me arranhar.
Algumas até despetalei´
suas cores bonitas eu almejei.

Onde ainda andarei?
Em qual jardim ainda haverei de ir?
Será que algum deles me fará sorrir?
Onde haverei de caminhar?
Serei eu a brilhar?
Ou no vazio da noite me deixarei murchar?
Sou rosa solitária em meu caminhar,
apenas deixo pétalas por onde passar.
(Simone Prado)

RESPOSTA
Flor solitária, eu a procurei,
imaginei passar por esse jardim, mas não a vi,
porque se escondeu de mim, não sei,
Grito e gemidos não ouvi.

Seria grito e gemidos de dor?
Oh! que irada flor gritando?
Suspiros suaves de odor,
desejos de olhar divina flor,
nas pétalas gotas de orvalho figurando.

Como as lágrimas escorrendo pela face de alguém...
que procura algo que não consegue encontrar.
Olhei, fiquei triste porque não vi ninguém,
nem nas pétalas da rosa solitária lá deixar.

Nem nas folhas da roseira onde apanhar a rosa pensei.
Não vira outra como aquela.
Murcha, não sei. Não a  vi mas a imaginei,
espinhos não ter. Só sei que não posso tocar nela.

Ansioso que fiquei no jardim,
horas breves do meu contentamento,
despertei ao ver uma flor, pensando ser ela.
Sorri, mas não era. Fiquei tão triste sim,
será que murcha estará a flor mais bela?

(Eduardo Maria Nunes)

11 comentários:

  1. Quem assim poderá dizer,
    se essa flor voltará a viver.
    Talvez venha germinar num lugar
    onde hoje, não sei dizer.
    Ou apenas cansada,
    no chão deixe-se ficar,
    até sua música não mais tocar,
    nem as ondas do mar ouvir,
    onde ninguém poderá ir.

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  2. Dois lindos poemas, amigo Edu.
    Um abração.

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  3. Belo alvorecer !!!!!!!!!!!!!!
    Eu adimiro a rima por natureza da simplicidade de quem cria,imagine quando os versos rimados viram um dueto...nossa como vira uma festa dupla...
    bjs meu querido!

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  4. Imaginei num jardim,
    Ir uma roseira regar
    A rosa que não posso ter para mim
    Ainda jovem não murchar!
    Depois de murcha, não mais perfume para dar?

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  5. Que lindo dueto, parabéns meus amigos, beijos e bom dia!

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  6. Olá amigo, cá estou eu, desta vez não me perdi no caminho, antes de mais quero dar-te os parabéns pelo teu novo blog de poesia e quem tem resposta para Simone Prado, já está entre os melhores do mundo!
    O meu grande abraço

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  7. Obrigado por sua visita.
    Duas poesias em dueto,uma da Simone outra sua. Lindas.
    Um abraço.

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  8. Simone **Eduardo**
    Estou encantada com vcs dois.
    Lindo meus dois amores me sinto tão feliz de ver que chorei ao ler vcs hoje.
    Um feliz Dia Internacional Da Mulher.

    A mulher foi feita da costela do homem,
    não dos pés para ser pisada, nem da cabeça para ser superior,
    mas sim do lado para ser igual,
    debaixo do braço para ser protegida e do lado do coração para ser amada." (Maomé)
    È realmente isso que Deus fez e graças ao primeiro casal hoje todo ser humano da face da terra descendentes de Adão e Eva .
    Beijos no coração.
    Evanir.

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  9. Boa noite, Edumanes. Que poesia linda a da Simone Prado, bem como a sua.
    Amei.
    Penso que todos os jardins têm flores com espinhos, que muitas vezes perdemo-nos nele, tal qual um labirinto colorido, mas que em algum momento conseguimos encontrar a saída.
    Um beijo na alma dos dois!
    Fiquem na paz de Deus!

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  10. Os lindos versos da Simone receberam encantadora resposta. Certamente, as flores continuam em ambos os caminhos, sem temer qualquer espinho.

    Bjs.

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